terça-feira, julho 12, 2011

"Tenho sentido uma enorme e discretíssima felicidade apenas por acordar cedo (acordar já é vitória; cedo, vitória dupla), fazer café, fumar um cigarro, abrir janelas, arrumar a cama. Depois, tomar um mate e ler o jornal, então, é o paraíso. Paraíso por dentro, descontadas as notícias cada vez mais e mais medonhas. Mas sempre, uma consciência da ilusão dessa loucura externa. Quando a gente “enlouquece” o problema é a leitura simbólica que se passa a fazer de absolutamente tudo. Um fósforo que não acende pode assumir a importância do fogo de Prometeu. Literalmente. Não que tudo não seja mesmo assim, só que a gente também não suporta ficar tão mítico-antropofísico-arquetípico assim. É mais simples, é mais embaixo — é tudo ilusão."


Caio F.

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"Tenho amigos tão bonitos. Ninguém suspeita, mas sou uma pessoa muito rica."
Caio Fernando Abreu