Sentou-se diante do papel vazio e escreveu:
comer, olhar as frutas da feira, ver cara de gente, ter amor, ter ódio, ter o que não se sabe e sentir um sofrimento intolerável, esperar o amado com impaciência, mar, entrar no mar, comprar um maiô novo, fazer café, olhar os objetos, ouvir música, mãos dadas, irritação, ter razão, não ter razão e sucumbir ao outro que reinvidica, ser perdoada da vaidade de viver, ser mulher, dignificar-se, rir do absurdo da minha condição, não ter escolha, ter escolha, adormecer, mas de amor de corpo não falarei.
Depois dessa lista ela continuava a não saber quem ela era,
mas sabia o número indefinido de coisas que podia fazer.'
- Clarice Lispector .
domingo, outubro 16, 2011
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"Tenho amigos tão bonitos. Ninguém suspeita, mas sou uma pessoa muito rica."
Caio Fernando Abreu
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