quarta-feira, junho 13, 2012

Reflexão de um peregrino...

Muitos acreditam que o conceito de Deus é aquele que nos conforta. Concordo com esta premissa. A idéia de Deus aplaca nossa angústia, no sofrimento causado pela consciência de existirmos lançados no mundo, em uma vida sem sentido, trágica, absurda, condenados a mortalidade, ao envelhecimento, ou seja, nas palavras de Heidegger, seres para a morte.

Todavia observo que aqueles que não suportam o fato de sermos mortais, sendo meros animais que se acham civilizados, sempre vão buscar uma forma de minimizar a angústia dessa consciência, desta vida trágica, e as várias religiões existentes, seja ela qual for, tem a missão de realizar esta tarefa, e consequentemente sempre existirão instituições dispostas a explorar esta fraqueza humana, para o bem ou para o mal.

Por sua vez, algumas religiões tem uma função social benéfica, quando agrega o tecido social, por outro lado, outras provocam a fragmentação, se tornando perigosas. Vivo sem nenhuma crença, e suporto minha angústia de existir, sem recorrer mais a nenhuma forma de divindade, capaz de garantir uma vida eterna que seja transcendente a este mundo profano. Se a ciência um dia encontrar o segredo da imortalidade, ela somente poderá ocorrer desta forma, inserida neste mundo, na imanência, na profanidade.

Depois de vários anos de estudo, verifiquei que somente a fé poderia dar alguma garantia para se acreditar em Deus.

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"Tenho amigos tão bonitos. Ninguém suspeita, mas sou uma pessoa muito rica."
Caio Fernando Abreu